14/03/2019 às 17h21min - Atualizada em 14/03/2019 às 17h21min
Polícia alemã investiga obras atribuídas a Hitler
A questão da investigação é se as pinturas levadas a leilão são de fato do Fuhrer
Imagem ilustrativa Nos últimos 10 anos, o interesse por obras de arte de Adolf Hitler fez crescer este nicho de mercado. E isso levou a um aumento no preço das pinturas, desenhos e aquarelas supostamente criadas pelo ditador alemão há mais de um século. Mas muitas, senão a maioria, dessas obras provavelmente não são de Hitler. Depois de anos deixando esses leilões públicos sem controle, os promotores alemães estão começando a prestar atenção neles.
Hitler pintou a maior parte de seus quadros antes da Primeira Guerra Mundial, depois de ter sido rejeitado pela escola de arte e antes de se voluntariar para o exército alemão. Uma vez no poder, ele ordenou que as obras fossem coletadas, e pode ter destruído algumas das mais embaraçosas.
Além da questão moral de comprar um tipo de arte considerado pobre só porque foi pintada por um ditador genocida, há o problema de verificar se Hitler realmente fez as obras. Tantas falsificações foram criadas e certificadas como reais, que não se sabe quais são as verdadeiras pinturas do ditador. E, por conta do pouco valor artístico atribuído a elas, há poucos examinadores profissionais disposto a estudá-las.
Uma das obras confiscadas é uma aquarela que mostra a sobrinha de Hitler, Geli Raubal, datada de 1929. Trata-se de uma das duas versões da mesma pintura supostamente de Hitler. Mas é praticamente certo que ambas as versões sejam falsas.
Décadas de imprecisão e fraudes tornaram muito difícil separar verdadeiras pinturas de Hitler de cópias falsas. Especialistas afirmam que uma delas foi feita por Konrad Kujau, um falsificador alemão condenado que ficou famoso na década de 1980 depois de admitir falsificar diários de Hitler publicados na revista Stern.
Mas a aquarela com que Kujau enganou as pessoas acabou indo parar em um catálogo de obras de Hitler criado em 1983 pelo americano Billy F. Price. Além de falsificar os diários, Kujau, que morreu em 2000, também falsificou obras de arte em nome de Hitler, muitas das quais entraram no catálogo de Price.