Os impactos da pandemia da covid-19 no tráfico de drogas no Brasil e suas possíveis consequências foram debatidos nesta terça-feira (02) durante webinário promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Assessoria Especial Internacional (MJSP/ASSINT), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Delegação da União Europeia no Brasil. Voltado aos profissionais de segurança pública, o evento que faz parte da série “Diálogos Internacionais sobre Justiça e Segurança Pública” teve mais de 300 inscrições e contará com um segundo dia de palestras, nesta quarta-feira (03).
A abertura oficial foi feita pelo secretário-executivo do MJSP, Tércio Tokano, que destacou a importância do intercâmbio de informações. “A discussão tem o papel fundamental de incentivar parcerias e cooperações, além de contribuir, de forma mútua, no compartilhamento de conhecimentos acerca do tema. O nosso grande objetivo é a proteção da sociedade, famílias e crianças envolvidas neste tipo de crime”, acrescentou.
Durante o webinário, foram discutidos temas como os reflexos globais e regionais da covid-19 no tráfico de drogas, rotas tradicionais, dados e estudos gerais sobre o tema, medidas restritivas de trânsito e apreensões nas fronteiras, tráfico de drogas na deep web, cooperação regional e internacional nas ações inovadoras de respostas e cooperação, impacto socioeconômico nas políticas antidrogas, além de painéis de perguntas e respostas com a participação do público.
A diretora de operações do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime em Viena, Miwa Kato, explicou a importância do diálogo e a execução eficiente no uso das informações compartilhadas. “A identificação das dificuldades é indispensável na construção de políticas públicas. O intercâmbio é essencial para que a execução da prevenção a este tipo de crime tenha a devida efetividade”, esclareceu.
O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, lembrou da necessidade da discussão do tema e da troca de experiências para a inserção da cooperação entre as instituições envolvidas na criação de políticas públicas. “O Brasil continua sendo um grande parceiro nosso. Acreditamos que iniciativas como esta são a base para implementação de respostas antidrogas bem-sucedidas”, ressaltou.
Ainda durante o evento, a chefe da Assessoria Especial Internacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Georgia Diogo, falou sobre o impacto das medidas governamentais de contenção da covid-19 no mercado de drogas. “Houve limitação dos canais de comércio e adaptações no padrão de atuação das forças aduaneiras e de segurança pública. Em muitos estados, a pandemia se tornou uma oportunidade para os grupos criminosos, e não um obstáculo”, reforçou.
A programação dos dois dias de evento foi estruturada em palestras ministradas por representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Polícia Federal (PF), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) e da Secretaria Nacional de Políticas Sobres Drogas (Senad).
O evento conta ainda com exposições de especialistas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), da agência FRONTEX da União Europeia e das Redes antidrogas dos países de língua portuguesa e da Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos.
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